quarta-feira, 18 de abril de 2007

FICÇÃO/SONHO/REALIDADE


Ficção e realidade confundem-se, frequentemente. Melhor a ficção? Mais agradável (por mais palpável) a realidade? E os sonhos, onde começam, onde e quando acabam?
Todos nós, mesmo os mais conservadores ou fundamentalistas, mesmo os que, por educação, defeito ou virtude(?) negam o erotismo, sem querer - talvez, apenas, em sonhos - ou conscientes auto-contrariados ou não, já viajaram nesse mundo sem guerras, já gozaram os seus efeitos, com culpa, agradados ou a bater com a mão no peito.
O erotismo de que se gosta, como outras formas de estar e de sentir, envolve-nos em graus diferentes e quando ultrapassa determinadas barreiras entra na pornografia. Entra? Mas quem levanta essas barreiras? A pergunta é pertinente e se levarmos à letra legislações que mudam consoante os tempos e as pessoas, poderemos dizer que, se o sexo surge explícito, então sim, temos pornografia. Um engano: o sexo, masculino ou feminino, pode ser tão belo ou mais - o que não me parece difícil - do que a Vénus do Nilo.
Mas... e se nós gostarmos de ir ainda mais além e a beleza estética não for um marco, uma obrigação, mas apenas um dos caminhos possíveis, e os nossos sentidos nos pedirem mais e, desta forma, chegarmos ao que a sociedade vigente cataloga de obsceno?
Pois é! O limite está em cada um e ninguém é obrigado a ver cenas ou ler textos de índole «pornográfico» ou, tão só erótico, como ninguém é obrigado a ver ou a participar numa procissão dos Passos, ou dos muitos santos e santas que há por aí e que, de quando em vez, nos «cortam» o trânsito de uma qualquer rua ou caminho deste (e doutros) país.
A moralista Igreja Católica impede os seus de se juntarem em pares e faz tudo para que «os outros» sejam todos santos e virgens e considerem o sexo como um pecado para além da procriação (o que seria deste mundo se, de cada relação sexual entre homem e mulher resultasse um filho...!). Felizmente que a rábula de Adão e Eva mais a sua maçã nos fez despertar o apetite para lá da trincadela desse precioso fruto.
Erotismo? Sim. Sexo? sim.
C'est si bon!

PS. Este blog é, fundamentalmente, de conteúdo erótico. Mas não é fundamentalista. Aceitam-se de bom grado sugestões e contestações a este pseudo intróito. Da discussão nasce a luz... luz é amor... amor é sexo...vamos ficar por aqui.

EU E MARIA (I)

Este blog vai ter habitualmente o relato de acontecimentos cruzados, ou não, entre dois personagens (eu e a minha querida Maria) e daí o título «Eu e Maria», uma escrita sem ordem nos acontecimentos. Eu e Maria, principais personagens da história, vivemos juntos há muitos anos e sempre apaixonados pelo sexo, pelo erotismo, contra fantasmas e preconceitos.
O relato que se segue começa quando, numa digressão especial pela capital, eu e Maria resolvemos ir um pouco mais além e testar os nossos limites até ali sempre pautados por um relacionamento íntimo ou muito privado. As festas (e que festas!) que eu sabia realizar-se quase secretamente em dois ou três sítios de Lisboa, sempre nos causaram excitação e vontade de um dia lá chegar.
E foi assim que, depois de mais uma vez falarmos dessas festas das arábias, que eu resolvi colocar a questão a Maria em termos definitivos: « Eu faço dois ou três telefonemas e, se conseguir o convite e a senha, vamos lá. Maria pouco pensou e disse «sim». Ao segundo telefonema tinha o problema resolvido e, à hora combinada, rumámos até uma das periferias da cidade, chegámos à porta indicada e passámos no «exame». Entrámos.


penumbras

Primeiro os olhos tiveram que se habituar a um ambiente de iluminação pouco intensa embora muito diversificada, de forma a criar a atmosfera propícia a um rápido entendimento entre os presentes. Maria não me largava a mão e puxou-me para um canto onde não está ninguém. É uma sala grande, com uma das paredes espelhada do chão até ao tecto, de forma a parecer ainda maior e também, deduzo, com o fim de acrescentar mais picante ao ambiente. Na parede oposta situa-se um bar típico com meia dúzia de bancos rotativos de pé alto, onde apenas está um casal que ainda não distingo completamente. De resto a sala é ocupada essencialmente por sofás de assentos bem largos, alguns sem encosto, a maioria já ocupados. Parece funcionar como uma espécie de sala de recepção, própria neste caso para as pessoas se habituarem ao ambiente antes de passar a outra divisões. Naquele momento, olho em todas as direcções e vejo que eu e Maria somos alvos de alguma atenção por parte de umas tantas pessoas. Resolvemos avançar tranquilamente até ao balcão para nos servirmos de uma bebida, pois não há empregados. Já sentados e de copo na mão, interrogo-me sobre o desenrolar da noite. À nossa volta o envolvimento das pessoas ainda era pequeno. Uns beijos entre casais que como nós apalpavam o terreno, carícias mais ousados num par sentado a um canto da sala que envolviam já pessoas meio despidas, ou meio nuas, como preferirmos, um tipo solitário que parecia procurar par. Eu e Maria íamos observando tranquilamente, com uma pequenas carícias pelo meio, uns afagos de seios e uns toques discretos na minha braguilha, que iam aumentando à medida que víamos o que se ia passando. Ou seja, o ambiente começava a tomar conta de nós, pelo que os receios de chegar, não gostar e ter de ir embora, já passara. Pelos vistos, estávamos para ficar.
Maria dá-me uma cotovelada e eu apercebo-me do seu significado. Sentado no chão, três metros à sua frente, está um fulano em tronco nu a olhar descaradamente para o seu pernão. Pareceu-me ser o tipo que deambulava a procurar par… Maria retrai-se, olha para mim e eu encolho os ombros. Pelo olhar do fulano, instantes depois, verifico que Maria teria resolvido melhorar o espectáculo abrindo um pouco mais as pernas de forma a mostrar lá no fundo a seu fio dental. O abusivo observador aceita o desafio de uma forma estranha: abre o fecho das calças e mete dentro a mão em jeito de masturbação e assim fica um bom bocado sempre a olhar Maria. Eu estava curioso à espera do que se seguiria. Perante tão ousada insistência, Maria tenta uma melhor posição no banco e mostra-se um pouco mais e perante a insistência do tipo, não se intimida e faz também ela um gesto semelhante, metendo uma das suas mãos bem até às cuecas tocando suavemente o tecido que eu suponho já húmido devido à excitação de que estava possuída. Eu pensava para comigo que as coisas estavam a ir muito depressa. A parada sobe de tom quando o tipo saca do seu instrumento para fora e à vista de todos continua a afagar-se sem deixar de olhar Maria. Os olhares próximos fixam-se na cena. Sinto também uma ligeira excitação ao observar sem intervir, quando uma mão pousa devagar em cima do meu pau. Reajo com uma ligeira contracção, sinto um perturbador perfume a tomar conta de mim e dou com um sorriso vindo do meu lado esquerdo onde reparara estar sentada uma mulher de idade indefinida, talvez entre os trinta e os quarenta, com uma blusa cavada e de longo decote que deixa ver metade dos opulentos seios, com a particularidade de calçar uma finas e rendadas luvas que lhe chegam a meio do braço.
Lembro-me da exigência de Maria «não entramos no jogo sem ambos concordar» e fito-a à procura de uma resposta. Não sei se Maria repara, sei que continua muito lentamente a afagar-se entre as coxas, de pernas ainda mais abertas, sem deixar de fitar o belo exemplar que o fulano à sua frente exibe e acaricia. Atenta ao espectáculo de Maria e sobretudo do indivíduo que a desafia, a minha vizinha afadiga-se em tentar desapertar os botões das minhas calças de linho, tarefa que eu hesitava em facilitar, como que a ver como param as modas. Já excitado, experimento tocar o colo da minha parceira de ocasião que mostra gostar de sentir a minha mão e se vira para mim encostando as suas pernas às minhas. A minha erecção sobe quando sinto directamente debaixo do fino tecido da sua saia, os pelos púbicos, sinal de que não usa cuecas. Ela apercebe-se do estado em que me coloca e a sua mão não mais larga o volume do meu pau ainda por dentro das calças. Receio pela reacção de Maria, mas verifico que não vale a pena. Está hipnotizada pelo seu parceiro que se levanta e agora de pau em riste se coloca a um metro de Maria, mas ainda sem ousar tocar-lhe. Digo a Maria que a festa não é só ali, ela diz-me para ter calma (uma frase muito habitual em si) e fico na expectativa do que se seguirá, a pensar que se assim é e ainda estamos na sala de entrada, como deverá ser nas outras salas todas e no salão principal onde os meus amigos me avisaram que tudo podia acontecer. Nestes pensamentos, sinto que algo se liberta em mim, ou seja, é concluída com êxito a abertura das minhas calças e a saída do mastro real em todo o seu esplendor é uma realidade. Maria, que não sabia que fazer, olha para o meu lado, repara então no que se está a passar e excitada como estava, encontra em mim a sua tábua de salvação: em vez de se atirar para cima do seu provocador directo, salta para o chão e de imediato abocanha o meu caralho bem teso. A minha parceira não aprecia muito o gesto mas resolve colaborar e depois de uns lânguidos beijos na minha boca, inicia uma série de carícias na cabeleira de Maria que meia curva abana cada vez mais o traseiro, ocasião aproveitada pelo seu parceiro para se lhe encostar, puxando a saia de Maria toda para cima. Não sinto o mais pequeno ciúme, antes uma excitação redobrada, ainda mais porque Maria, ao sentir o caralho contra si, embora sem penetração, aumenta o ritmo da sua boca no meu instrumento e já estende um das mãos pelas coxas da minha parceira que parece divertir-se no meio de tudo isto. Estou demasiado excitado e digo a Maria para não me fazer vir já, o que faz que ela pare de me chupar e se endireite, obrigando o fulano atrás de si a retroceder contra sua vontade. Entretanto, alguns dos presentes que apenas assistiam, resolvem intervir. Assim, uma miúda ainda nova, apenas com uns slips, agarrou-se ao espantado cliente de Maria, enquanto outra se atirava para o colo da minha parceira, subindo-lhe o vestido e iniciando uma lambidela na sua vulva. Peguei no copo, bebi um bom trago e ainda fiquei algum tempo agarrado a Maria a assistir ao espectáculo que se desenrolava a nossos pés. E que nos excitava, como comprovava ao sentir a mão de Maria agarrada ao meu membro e apertando-se mais contra mim quando no palco as actores atingiam o rubro. Hesitámos, ainda, se seria de voltar a entrar na dança, mas optámos por ir ver o que se passava no resto da casa. Maria estava entre atordoada e excitada.
- Então que tal?
- Porra, foi tudo muito depressa, nem tive tempo de te perguntar nada…
- Deixa lá, eu também não, mas foi bom?
- Eh pá, já estava tão excitada que tudo podia acontecer. Tu é que conseguiste travar.
- Quer dizer, gostaste de sentir o coiso daquele gajo contra o teu cu…
- Porra, sei lá o que senti, já te disse que foi tudo tão depressa e fiquei tão excitada, não imaginava uma coisa assim. Achas que alguém nos conhece?
- Claro que não, as máscaras tapam o essencial.
- E tu estás a fazer perguntas e não dizes nada em relação à velha que estava em cima de ti.
- Velha… mais ao menos da tua idade. Isso são ciúmes


surpresas


Atravessávamos um corredor largo de acesso a várias divisões onde se divertia muita gente. Hesitámos em qual entrar e depois de espreitarmos nas duas primeiras, entrámos noutra onde nos pareceu estar tudo mais calmo. Não era muito grande, tinha cadeiras confortáveis em toda a volta, e no centro um misto de sofá e de cama onde um casal fazia amor perante uma dúzia de olhares. Sentámo-nos lado a lado e ficámos também a observar a cena central e quem a rodeava. Estavam cinco homens e oito mulheres, uns mais vestidos que outros mas ainda ninguém estava nu. Curiosamente, as poses são bem diferentes, embora quase todos afaguem com gestos ainda lentos os seus sexos, enquanto iam olhando o casal no centro da acção. Maria repousa uma mão em cima do meu membro e outra em cima do se sexo e observa. Eu, decididamente, delicio-me a observar o «trabalho» dos espectadores, quase não dando atenção ao sexo barulhento praticado pelo casal no centro da sala. Vejo um par que, tal como eu e Maria, trocam carícias entre si enquanto observam. Mais espectacular é uma mulher de idade indefinida, apenas vestida com uma camisa já aberta, com as pernas todas escancaradas, que introduz um luminoso e enorme vibrador no seu sexo muito cabeludo, enquanto com a outra mão afaga os seios, ao mesmo tempo que grita palavrões. Ao seu lado, um fulano gorducho e meio calvo, apenas de cuecas de abertura central, olha e revira os olhos a observar aquela outra. Os actores principais trocam agora de posição, passando ela a comandar a acção, de rabo no ar, fazendo-se penetrar pelo membro bem teso do seu par. Maria parece mais embevecida a olhar um puto novo que a fita quase de frente sem ligar a tudo o resto que ali se passa. Maria, é claro, tem a saia toda subida devido à posição de relaxe que adopta na cadeira de forma a sentir-se o mais confortável possível. Embora a luz incida mais sobre o centro da sala, eu vejo bem o interesse do gajo em Maria. É sempre a mesma merda, penso. A Maria mostra o pernão e ficam todos de pau feito.
- Não se aprende nada aqui, disse eu a Maria. Vamos ver mais…
Maria acede, levanta-se e eu acompanho-a. Uma música chama a nossa atenção, guiando-nos para um salão já de boa dimensão, onde praticamente todos dançam, das mais incríveis maneiras, uns nus, outros vestidos, outros com apenas pequenas peças de roupa como cuecas, soutiens, cinta de ligas, camisola, camisolão, calças, t-shirt, meias, sapatos, ou algumas combinações nada estéticas mas por vezes eróticas, de algumas daquelas coisas de vestir. Em toda a volta espelhos reflectem os corpos e os seus movimentos. A luz varia de cor e intensidade de acordo com a música. Observando melhor, alguns pares não dançam, fornicam em pé. Fico tomado de grande excitação e penso que Maria também, especialmente ao ver a maioria dos homens com os membros à vista, uns tesos, outros nem por isso. Pergunto-me o que sente uma mulher nestas circunstâncias e acho logo de imediato a pergunta idiota. Deverá sentir o mesmo que os homens quando vêem as mulheres nuas. Ainda a divagar: Em situações como estas, com homens e mulheres em cenas picantes, não será que somos excitados tanto por eles como por elas? Já não sei aonde queria chegar. A minha atenção centra-se num par de miúdas que se acariciam sem qualquer cerimónia, roçando os seus corpos e beijando-se apaixonadamente…Curioso, ainda não vi dois homens juntos, apesar de me terem dito que também apareciam por aqui.
Só depois de termos resolvido entrar na dança, verificamos que havia constantes trocas de pares. Alguém bate nas costas de alguém e este cede o par indo, se isso lhe der na gana, fazer o mesmo a outro. O que torna tudo mais excitante, mesmo para Maria (será?) Deixo-me entusiasmar apertando Maria contra mim de forma que ela sinta o meu membro que se vai entesando cada vez mais ao ver o que se passa à minha volta e ao sentir o seu corpo sempre tão ao meu gosto. Maria deixa-se embalar, comprime-se contra mim e esfrega suavemente ou com calculada brusquidão o seu baixo-ventre contra o meu. Quase não nos mexemos. Estamos numa fase daquelas de crescendo e é precisamente nessa altura que uma mão bate nas minhas costas, olho e vejo o puto que estava a galar Maria na outra sala. Largo-a um pouco contrariado, tal como Maria, que se deixa levar calmamente. Olho à volta para ver quem vou tramar. Preciso de uma presa, quero vingança. Já tinha mirado durante uns segundos uma bela mulher vestida apenas com um cinto de ligas e um soutien, que empernava frouxamente com um homem que me pareceu pouco interessado no cenário. Volto a observá-la: tem umas belíssimas pernas, altas, bem torneadas, muito sensuais, mais ainda porque usa meias pretas e ligas roxas. Possui também um belo par de mamas que apenas se deixam adivinhar. De resto, possui uma cabeleira farta, alourada e a sua mascarilha reluzente dá-lhe um ar misterioso, que me impede de especular sobre se será quente e a meu gosto, ou distante e fria, dominadora. Reparo nas suas ancas firmes, bem proporcionadas e na sua cintura fina e estranhamente branca, leitosa tal como o resto do corpo. Dança com um tipo pesado, sensivelmente da sua altura, já com um pouco de barriga e muitos pelos no peito, mas que parece realmente estar a fazer um frete. Ela repara que eu a olho e julgo ver-lhe um leve sinal de chamamento. Hesito, olho à volta à procura de Maria e dou-me conta que a perdera de vista. «Porra, onde anda ela com esse puto do caraças?» Topo-a instantes depois num dois cantos da sala a curtir normalmente uma dança com o puto, como se estivessem no mais decente salão de baile. Curiosamente, fico um tanto desiludido. Esperava ver mais…Decido bater no ombro do peludo, sem saber bem se ele entraria no jogo. Entra, julgo que foi um alívio, larga o par de mão com um franco sorriso e entrega-me uma mulher que agora vejo ser belíssima e me olha em sinal de aprovação. Ao primeiro toque do meu peito com o dela, sinto arrepios. Olho-a e logo sobressaem uns lábios carnudos, impecavelmente pintados de um vermelho carmim, que imediatamente me apetecem. E quando ela me murmura «estava a ver que não me vinha buscar», sinto-me nas nuvens. A mulher tem uma voz muito sensual, num tom ligeiramente arrastado e fala-me junto ao ouvido como se me conhecesse há anos. Fico perturbado e não reajo adequadamente, de tal forma que ouço de novo a sua voz no meu ouvido: «esteja à vontade, eu não mordo». Sinto as suas mãos tocarem-me o peito, abrir os botões ainda apertados e com toda a calma e delicadeza, puxar as fraldas da camisa para fora das calças. Depois, dá um toque mágico no soutien, que se abre e projecta para mim dois seios cheios e um pouco empinados, com uns bicos bem salientes e apelativos. Sinto-os tocarem o meu peito com doçura, provocando um pequeno choque eléctrico que se repercute um pouco por todo o corpo. O meu pénis distende-se, ela acusa o toque e cola-se a mim. Concluo, então, que tenho umas calças que não são precisas para nada, antes estorvam. Ela percebe o meu pequeno drama, puxa-me por uma mão para um pequeno sofá livre a um canto da sala e senta-me a seu lado. Faz-me sinal com um dedo no lábio para eu não dizer nada e de uma forma sensual que nunca tinha visto, trata de me desapertar o cinto, desaperta com demora cada botão das calças e depois do último passa a mão suavemente sobre o meu membro já erecto, acabadinho de mostrar-se. Numa reacção estúpida, desvio os olhos da cena e dou de caras com Maria a dois metros de mim, a dançar com o puto da mesma forma como os vira da última vez. Faço um gesto interrogativo que podia querer dizer, por exemplo, «então que merda é essa», ela entende e responde com outro gesto que me pareceu significar «o que é que hei-de fazer, o gajo não avança», ou querer dizer, apenas, «tem calma». E depois um «ok» com os dedos, parece-me que em relação à minha performance. Esqueço rapidamente tudo quando já despojado das calças vejo a minha parceira ajoelhar-se à minha frente e obrigar-me a recostar, para iniciar as primeiras passagens da sua língua pelo meu corpo. Lentamente, com suavidade, de cima para baixo, de baixo par cima, cada vez mais abaixo para poder sugar o sexo e de raspão os meus tomates e depois prolongar as carícias bem até ao meu ânus, altura em que perco a noção de tudo e me agito no sofá tentando agarrar de qualquer maneira a minha sensual e enigmática companhia que, sem parar tão excitantes carícias, consegue manter-me encostado ao sofá. E quando ela pressente que eu me preparo para me vir, abranda a tortura no membro duro, duro e passeia a língua pela minha barriga, até ao umbigo. E repete, repete… De repente, dá-me um seco aperto com dois dedos no meio do meu instrumento, levanta-se, puxa-me e com aquela voz que me deixa louco murmura «vamos dançar». Porra, era o que menos esperava. Obedeço a pensar apenas no que estará para vir. Dir-se-ia que me fundira com ela. Tenho-a nos braços, mas não a sinto, quer dizer, sinto-a de uma forma tão intensa que não me lembro de quaisquer movimentos. É como se os nossos corpos fossem um só e vagueássemos nas nuvens, sem esforço, só emoção. A suavidade do seu corpo colado ao meu, as palavras murmuradas aos meus ouvidos como carícias… sinto que a possuo e sou possuído no infinito, esse lugar sem existência mas onde caímos quando deixamos por momentos de por cá andar, quando os nossos sonhos são mais do isso mesmo, sonhos, quando deixamos de saber onde estamos e a sala se alarga e alarga e alarga até se esfumar e com ela os sofás, e a Maria e o homem peludo e o puto… «Consegues enfiá-lo?» Não são palavras, as palavras que encerram este convite, são música. Nunca tive grande habilidade para acrobacias sexuais e muito menos em público. Não digo nada, faço um pequeno gesto como que para melhorar a posição de modo a facilitar a abordagem, mas este jeito acompanhado em simultâneo pelo que ela executa é o suficiente para uma penetração fácil. O que se segue é uma explosão do tamanho do planeta depois de uns minutos sem me mover mas durante os quais os quadris da minha parceira ondularam suave e ritmadamente até forçarem o meu membro mais erecto do que nunca a palpitar repetidamente na sua apertada vagina.
Quando lentamente me vou desligando do corpo desta magnifica mulher e começo a ter consciência do que se passou, penso em Maria. Olho à volta e não a vejo. É quando a minha parceira, percebendo a minha preocupação, me pega na mão e puxa porta fora, pequeno corredor além até entrarmos no salão propriamente dito onde a confusão reina por todo o lado. Olho pares que fazem sexo desalmadamente no meio do chão com pequenos círculos de curiosos à sua volta, outros que ocupam sofás em grupos de três, quatro, cinco e até seis pessoas, mulheres nuas que chupam pénis de todos os tamanhos e homens nus que chupam vaginas enquanto outros apalpam, tocam e gozam nos bocados dos corpos disponíveis, homens e mulheres que gozam o espectáculo isoladamente, para si ou para se mostrarem a alguém mais próximo, olho, olho, mas não consigo ver Maria. Uma gorda, de meias pretas até meio das coxas chega-se a mim, apalpa-me os tomates mas é repelida pelo olhar da minha parceira ainda a segurar a minha mão. Um rapaz de porte atlético tenta roubar-me o par, mas a minha Michelle - ela já me tinha sussurrado o nome que, não perguntei e que me soa bem, muito de acordo com o seu tipo, acho mesmo que ela só podia mesmo ser Michelle - recusa gentilmente o convite.
- E Maria, interrogo-me?
- Interessa-te o que aqui se passa, esta confusão toda? Queres realmente ver a tua miúda, por sinal bem gira? Não queres deixá-la à-vontade e tu ficares também à-vontade?


confusão


O que vejo não me desperta por aí além e faz-me pensar nas vezes que já imaginara e desejara estar metido numa orgia assim sem nunca o ter conseguido e agora, que estou numa orgia e peras…Bem vistas as coisas, Michelle tem dominado todas as minhas emoções, pelo que não participei ainda em nada da rica folia propriamente dita. Não me apetece largar Michelle, mas gostava de saber de Maria. É a grande oportunidade, a prova dos nove, saber hoje, ver com os meus olhos, como tudo indica que vai acontecer Maria andar para aqui a gozar com outro tipo (o puto, será?), se isso me provoca gozo ou repulsa. Nestes altos pensamentos, mal dou conta de que Maria se apresenta a meus olhos ao entrar no salão pela porta oposta aquela em que nos encontramos. Michelle descortina-a primeiro e disso me dá conta. A partir daí eu não tiro os olhos de Maria que forma um trio com o puto (ainda?) e uma loira exuberante que desconheço em absoluto. Maria usa apenas as suas cuecas fio dental que mal lhe tapam a púbis e lhe destapam em absoluto as duas arredondadas e bem feitas nádegas. A loura está nua e o puto apenas de t-shirt e, pelo que observo, embora a t-shirt seja bem comprida, é um tipo muito bem dotado. Maria, penso, não se assoa a qualquer guardanapo. Para já não sinto nenhum desconforto e fico quieto a aguardar os próximos minutos. O trio pára à entrada do salão e fica a mirar tudo à sua volta, pela certa a ver a que grupo se quererão juntar. Michelle está à minha frente, eu por trás dela com os braços à volta do seu pescoço, pelo que dificilmente Maria me descobrirá. De repente as luzes apagam-se e uma voz amplificada garante que ninguém se irá arrepender se deixar livre o centro do salão onde não há um único móvel. Passam uns segundos, ouve-se uma música de fundo de batida africana, as luzes acendem-se progressivamente e entram na sala seis negros de elevada estatura, completamente despidos, que rodeiam uma mulher escultural, loura e de pele muito branca, vestida com lingerie exuberante mas de diminutas dimensões, saltando logo à vista dois magníficos seios que brilham quase fora de um pequeno soutien vermelho e preto tal como a mini tanga. Há quem bata palmas, a maioria fica expectante como eu e Michelle e o trio onde se insere Maria, que entretanto se aproximou mais do sítio onde me encontro para melhor observar o prometido espectáculo. Penso no que poderá uma mulher fazer com seis bestas daquelas. A música muda e assemelha-se a um batuque. Os negros dançam batendo os pés no chão e flectindo ligeiramente o dorso, à volta da mulher que se contorce num ritmo muito lento mas que gradualmente vai aumentando, parecendo não mais ir parar. Os bailarinos e muitos dos convidados já estão frenéticos, alguns dançam incontrolavelmente e só quando uns minutos depois o ritmo baixa e passa a lento, o cenário muda. A rapariga aproxima-se à vez de cada um dos negros, roça a sua púbis por trás deles ao mesmo tempo que com as duas mãos agarra o caralho e agita-o suavemente. Sempre neste ritmo, após duas ou três passagens, os membros começam a alongar-se, depois entesam-se e a loira, possuída já sabe-se lá por que espíritos, chupa sucessivamente cada membro, enquanto os outros são alvo de constantes afagos. O tamanho e potência começam a impressionar a assistência dando origem ao início de mais uma série de carícias colectivas que, está bem de ver, vão acabar em orgia. Duas miúdas, esbranquiçadas, destacam-se e agarram os enormes e tesos caralhos de dois dos negros, começando a chupá-los freneticamente. Um dos negros enterra o seu membro na cona da bailarina, que por sua vez chupa outro dos negros que por sua vez é agarrado por trás por outras duas miúdas… O meu pau cresce e dá sinal no traseiro de Michelle que se aconchega a mim. Mas pior fico quando vejo Maria agarrada ao caralho do puto e a ser apalpada e beijada pela loura. Sinto que Michelle se aproveita do meu entesoamento e se abre para eu de novo a possuir, desta vez por trás. Não me faço rogado e invisto aumentando o ritmo na medida em que Maria chupa agora com insistência o caralho do puto e é lambida por trás pela loira que por sua vez já está a ser enrabada por outro tipo que mal distingo. E depois é Maria que larga o puto e se curva para poder sentir o quarto personagem, enquanto a loira e o puto se vão safando o melhor que podem. Michelle está completamente metida em mim e eu volto a sentir aquela sensação de estar nas nuvens, embora esteja ali preso pelos olhos que não largam a cena de Maria a ser fodida por trás, agitando as ancas da forma que eu bem conheço e que me faz sempre esporrar abundantemente. O que irá acontecer em breve, desta vez na cona da Michelle, mas a ver a de Maria com um caralho metido que não sei de quem é, mas que me entusiasma e entusiasma Maria. No meio da sala a confusão é total, porque agora todas as mulheres parecem querer tocar, apalpar, ser fodidas ou chupar aquelas gigantescas piças negras. Mesmo Michelle, sinto, está impressionada com o espectáculo e vai querer participar nele mal se sinta liberta de mim. Faço-lhe a vontade e largo as suas mamas bem tesas que eu agarrava sem cerimónias e liberto o meu caralho teso. Aproveito a oportunidade para me chegar a Maria e ao seu grupo, ainda em fase de grande actividade.
Ao segundo passo reparo que vou de pau feito e não sei porquê penso que Maria não vai gostar de me ver assim ali. Paro, Maria reconhece-me, sorri e aponta para um dos tipos perto de mim, também de membro bem teso, ri-se, chega-se a ele, passando por cima de uma fulana que histericamente se atirara ao chão a masturbar-se e acaricia-lhe o instrumento. Merda, isto é só para me provocar, digo mas continuo a olhar. O rapaz faz-me lembrar alguém, mas não sei quem, mas reparo que ele fica agradado com a mão que o acaricia e resolve retribuir carícias afagando todo o corpo possível de Maria que, entretanto resolve trocar a mão pela boca, o que me deixa de tal maneira transtornado que agarro no meu caralho bem teso e começo a masturbar-me freneticamente…
Acordo a lançar ondas de esperma para o lençol sem perceber se estava ainda no sonho ou já na realidade.

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